Tango no Parque

Leia o meu texto publicado hoje, no blog do Ela Digital, do jornal O Globo:

Os concertos gratuitos no Central Park são uma tradição do verão nova-iorquino. Há 107 anos a Naumburg Bandshell, uma concha acústica no coração do parque, recebe grandes nomes da música clássica – e um público fiel. É só chegar, ocupar um dos mil assentos disponíveis (ou levar de casa a sua cadeirinha) e aproveitar. Há quem prefira ficar de pé e dançar, como deve acontecer no espetáculo de hoje, às 19h30.

A homenagem aos 25 anos do concerto que Astor Piazzolla fez neste mesmo espaço promete reunir uma multidão de apaixonados por tango. Foi em Nova York que o compositor argentino desenvolveu o seu amor pela música. Piazzolla mudou-se com os pais para o Greenwhich Village, em Manhattan, quando tinha apenas quatro anos. Aqui o pai dele comprou, em uma loja de penhoras, o que seria o primeiro bandoneón do menino. Em 1932, morando na Little Italy, Piazzolla compôs o seu primeiro tango, La Catinga. Dois anos depois, conheceu Carlos Gardel, que o convidou para fazer uma turnê pelo continente americano. O pai de Piazzolla proibiu o menino de ir, salvando-o do pior: enquanto viajava para um dos shows, Gardel morreu em um acidente de avião.

O pianista Pablo Ziegler comanda a homenagem desta noite que terá, ainda, Lara St. John no violino, Héctor Del Curto no bandoneón, Claudio Ragazzi na guitarra e Andrew Roitstein no baixo acústico. No programa, clássicos do compositor argentino como Adios Nonino e Fuga y Misterio.

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Você conhece a irmã de Obama?

Sabe quem é a bebê na foto ao lado? Olhe o rapazinho ao lado dela. Descobriu? Maya Soetero é meia-irmã de Barack Obama. A história dela é tão fascinante quanto a do atual presidente dos Estados Unidos. Foi publicada no Caderno Ela, do jornal O Globo, uma reportagem minha sobreela. Clique aqui para ler no site do jornal.

Maya Soetero, a meia-irmã de Barack Obama

No rosto de Maya Soetoro-Ng estão as muitas faces dos Estados Unidos. Ela é filha de uma americana do Kansas com um indonésio, seu marido é um canadense descendente de chineses, e tem um meio-irmão filho de um queniano. Fala espanhol com perfeição.

— Muita gente me pergunta se sou italiana, grega, mexicana, venezuelana. A verdade é que posso passar por qualquer coisa — declarou em uma palestra no Asia Society, em Nova York. Já seria uma vida sui generis por si só. Mas, para completar, o tal irmão afro-americano virou presidente dos Estados Unidos.

A três meses das eleições, com as pesquisas apontando uma disputa acirrada entre Mitt Romney e Barack Obama, a luta por informações de bastidores se intensifica. Depois da mãe, a avó materna, Tutu, e a primeira-dama, Michelle, terem suas vidas devassadas em biografias e reportagens, os holofotes se voltam para a mais discreta figura feminina da vida do atual presidente.

Ela não dá pitacos

Nos últimos meses, Maya está rodando o país dando palestras e participando de eventos eleitorais. Como em 2008, ela deixou as filhas no Havaí, pediu licença do trabalho de instrutora de professores e passou a acompanhar cada passo da campanha do irmão.

— Ele já conquistou muitas coisas no primeiro mandato. Tem uma enorme persistência e capacidade de resolver problemas. Sempre pensei que isso fosse óbvio, e que todos concordassem comigo. Mas a campanha me ensinou que lugares com grande diversidade racial e étnica, como Havaí ou Nova York, onde passei boa parte da minha vida, representam exceções no nosso país.

Doutora em Educação Internacional Comparada, Maya passou parte da vida entre Indonésia, Paquistão, Índia e Estados Unidos, ora acompanhando a mãe antropóloga, ora se dedicando à própria carreira. Apesar dessa experiência, na campanha democrata ela se reserva a uma função que combina pouco com sua eloquência. Na falta de Stanley Ann Dunham, que morreu antes de Obama dar início à carreira política, ela abraçou o papel da mãe. A decisão aconteceu logo depois da posse. Os dois irmãos se encontraram e ela deu início às cobranças. Obama deveria fazer mudanças no ensino elementar, tomar providências mais rápidas em relação ao sistema de saúde, repensar relações diplomáticas. Foi quando ele disparou: “Até você?”. Maya, então, percebeu que poderia contar nos dedos de uma das mãos as pessoas dispostas a ceder o ombro e renunciar à chance de dar pitacos ao homem mais poderoso do mundo.

— Pensei: se ele é generoso o suficiente para dar a vida pela presidência, por que não posso ficar de boca fechada? Tenho apenas de estar perto dele, apoiá-lo, como a minha mãe faria.

Não foge de perguntas

O espírito crítico e a inteligência, no entanto, revelam-se rapidamente fora do seio familiar. Nem quando veste a camisa de cabo eleitoral Maya se abstém das opiniões fortes. Os organizadores da palestra no Asia Society se constrangeram quando alguém da plateia perguntou sobre o embargo econômico a Cuba. Maya, não.

— Espero que logo, logo, possamos dançar a malagueña juntos. Considero Honolulu e Havana cidades-irmãs. Temos vários problemas em comum, como a necessidade de importar alimentos. Atualmente, no Havaí, 92% da comida vêm de outros estados americanos ou países. As fazendas urbanas de Cuba têm muito a nos ensinar — respondeu a meia-irmã de Obama, sem titubear.

Barack tinha nove anos quando Maya nasceu em Jacarta, capital da Indonésia. Ele vivia com a mãe e o padrasto, Lolo, no arquipélago asiático. A diferença de idade estreitou a relação entre os dois.

— Praticamente não brigávamos. Não por minha causa. Lembro bem de, pequenina, ficar na frente da TV em momentos cruciais de um jogo de basquete só para implicar. Mas Barack era mais velho. Me repreendia como um pai o faria. Hoje, o presidente usa essa experiência com as filhas. Malia é três anos mais velha que Sasha e acaba de completar 14, aquela idade em que tudo o que a caçula faz ela considera infantil. Às vezes, Barack me telefona para contar as histórias das duas e rimos muito, lembrando as nossas.

Para participar da campanha, Maya também deixou para trás a divulgação de seu livro infantil, “Ladder to the Moon” (Escada para a Lua, sem tradução em português), e o projeto de uma segunda obra, sobre resolução de conflitos em escolas do ensino médio. A violência entre estudantes causada por diferenças étnicas é uma de suas preocupações. Ela aprendeu espanhol quando era professora em colégios onde a maioria dos estudantes tinha origem latino-americana.

Pilobolus volta a NY com novos malabarismos

Leia o meu texto publicado hoje, no blog do Ela Digital, do jornal O Globo:

Quase todo ano, desde que foi fundado em 1971, o grupo de dança Pilobolus faz uma temporada de um mês em Nova York. Quase sempre no Joyce Theater, no Chelsea. Mas nem as constantes visitas são capazes de preparar o público para tantas estripulias. Durante o espetáculo, há espaço para gargalhadas, suspiros, sustos. A temporada vai até dia 11 de agosto e restam poucos ingressos.

Desta vez o grupo preparou dois programas diferentes, cada um com uma coreografia inédita. As novidades são fruto da parceria com o malabarista Michael Moschen e a coreógrafa Trish Sie. Ainda assim, os dançarinos conservam o espírito original do grupo: divertir e desafiar os limites do corpo.

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Tim Burton no Globo Notícia Américas

Está em cartaz o filme Abraham Lincoln Caçador de Vampiros, produzido por Tim Burton. Eu fui conversar com ele sobre este e outros projetos. O diretor disse que sonha conhecer o Brasil, e que conseguiria transformar até o nosso carnaval em filme de terror.

Além disso, vamos mostrar as reações à lei que entrou e vigor esta semana e obriga as empresas a fornecerem anticoncepcionais de graça para as funcionárias. É uma das partes mais polêmicas do Obamacare.

O preço da gasolina registrou, em julho, a maior alta dos últimos 12 anos. Enquanto isso, no México, a polícia apreendeu mais de 80 milhões de cigarros ilegais.

Também vamos mostrar a seca no território americano, as enchentes no Arizona e em Indiana e um vulcão que entrou em atividade na Guatemala.

O Globo Notícia Américas vai ao ar domingo, logo depois do futebol. Para ver a chamada, clique na foto acima ou aqui.

No calor de Manhattan, um gosto de Escandinávia

Leia o meu texto publicado hoje, no blog do Ela Digital, do jornal O Globo:

Desde que o chef dinamarquês René Redzepi foi eleito o melhor do mundo pela revista Restaurant, os sabores da Escandinávia invadiram Nova York. Aproveitando a onda, Mads Refslund abriu o ACME em Manhattan. Não se deixe enganar pela placa do lado de fora. O lugar não faz comida do sul dos Estados Unidos, nem foi fundado em 1986. Apenas preservou o nome e o letreiro do antigo proprietário.

Com a tarimba de quem ajudou Redzepi a desenvolver o inventivo cardápio do Noma, Refslund desafia o paladar com pratos nada previsíveis. O Farmer’s Eggs mistura espuma de ovos, couve-flor e queijo parmesão. No Duck in a Jar, a carne de pato vem conservada com o gosto ardido do picles. Beer & bread porridge é uma sobremesa de mingau de pão, cerveja e sorvete de caramelo salgado. O jantar custa, em média, 80 dólares por pessoa. Caro, mas bem mais em conta que o Noma, em Copenhagen.

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Considerado por críticos gastronômicos “o restaurante mais excitante da cidade”, o ACME aceita reservas, mas é recomendável garantir a sua com pelo menos duas semanas de antecedência. Como o restaurante fica no NoHo, há quem aproveite os bares da vizinhança se a fila de espera estiver longa demais.

A invasão das bolinhas

Leia o meu texto publicado hoje, no blog do Ela Digital, do jornal O Globo, sobre a artista plástica Yayoi Kusama:

Das vitrines aos museus, o nome da vez em Nova York é Yayoi Kusama. A exposição da artista plástica fica em cartaz até 30 de setembro no Whitney Museum. Além dos quadros e da famosa cadeira fálica “Accumulation”, o museu reuniu histórias dos mais de 60 anos de carreira da japonesa.

Enquanto isso, as lojas da Louis Vuitton exibem as peças de sua nova coleção, com estampas polka dots, as bolinhas que permearam o trabalho de Kusama. Marc Jacobs, fã da artista, declarou que a linha foi feita em parceria com a equipe dela.

Aos 83 anos, Yayoi Kusama volta à cidade onde viveu do fim dos anos 1950 ao início dos 1970, quando se internou, voluntariamente, em um hospício de Tóquio. O retorno a Nova York foi em grande estilo, com uma recepção na maison da marca, na 5a Avenida.

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Segunda Chance Ltda.

Alô, alô, amigos do Brasil! A Superinteressante de agosto traz uma matéria minha curtinha, mas que me deu muita alegria. Isso porque ela mostra como muitas vezes bastam um coração grande e uma vontade maior ainda para salvar centenas de vidas. Leia, abaixo, a íntegra.

Orçamento anual de US$ 14 milhões, 300 empregados e atuação em áreas tão diversas quanto alimentação, gráfica e dermatologia. A Homeboy Industries é apenas mais uma empresa de sucesso, exceto por uma diferença: todos os seus funcionários, do estagiário ao presidente, são expresidiários.

A Homeboy – termo que significa integrante de gangue, em inglês – foi ideia do padre Gregory Boyle, que queria ajudar ex-presidiários a retomarem suas vidas. Mas, como não conseguia convencer ninguém a empregá-los, resolveu abrir o próprio negócio, que começou como uma simples padaria. “Eu não emprego pessoas para fazer pães. Eu faço pães para criar empregos”, diz.

A Homeboy é chefiada por Bruce Karatz, ex-presidente de uma construtora – e condenado por fraude financeira nos EUA. Ele foi o responsável por uma grande expansão da empresa, que hoje tem um restaurante, uma gráfica, uma clínica de remoção de tatuagens e a própria marca de alimentos, cujas embalagens vêm com o slogan “empregos, não cadeia”. A Homeboy também se transformou em ponto turístico para pessoas do mundo inteiro – inclusive algumas que manifestaram
interesse em tentar reproduzir a experiência em seus países. Será que
algo do tipo daria certo no Brasil? “Claro que sim”, acredita Hector Vergudo,
ex-líder de gangue e atual diretor executivo da Homeboy. “Quando
as pessoas chegam aqui, dizem que fazemos mágica. Na verdade, o
segredo é que o trabalho nos ensina a amar o mundo e, principalmente,
a nós mesmos.”

Globo Notícia Minas

Continua sendo o bom e velho Globo Notícia Américas, trazendo notícias que são importantes para os nossos imigrantes, mas ficaram de fora dos jornais brasileiros. Este domingo, no entanto, ele está com gostinho de pão de queijo. Márcio, Telo e Lô Borges são os nossos entrevistados. Com direito a canja musical!

Uma semana depois do atentado em Aurora, Colorado, vamos ouvir especialistas sobre situações como essa. É possível se proteger? Ainda passaremos pelo México, onde uma onda de ataques a motoristas de táxi deixou sete mortos. Na Argentina e na Venezuela a semana foi de homenagens a figuras históricas. Evita Perón estampa a nova nota de 100 pesos e Simón Bolívar, quem diria, ganhou um retrato 3D.

Também vamos falar da seca, que deve causar um prejuízo de $ 12 bilhões aos Estados Unidos. O Rio Mississippi está sendo dragado para evitar que embarcações fiquem encalhadas.

E tem muito mais no domingo. O Globo Notícia Américas vai ao ar no domingo, logo depois do futebol, na TV Globo Internacional.

Mila veste Caché / Mila is wearing Caché (www.cache.com)

Guga no Hall da Fama

O Esporte Espetacular de domingo, 17 de julho, trouxe uma reportagem minha sobre a entrada de Gustavo Kuerten para o Hall da Fama do tênis. Ele é o segundo brasileiro a receber a mais alta honra do esporte, fora das quadras. A primeira foi Maria Esther Bueno. A cidade de Newport, em Rhode Island, parou para receber o brasileiro, três vezes vencedor do Aberto da França e 1o do mundo por 43 semanas. Quem, como eu, acompanhou a carreira do nosso maior tenista, certamente se lembra de muitos momentos históricos. O coração no saibro, a primeira final de Roland Garros, a vovó Olga, o irmão, Guilherme.

Tantos anos depois da aposentadoria, Guga segue como sempre. Com o astral altíssimo, apaixonado pelo tênis, acreditando que pode ajudar a melhorar o Brasil. Mesm longe dad quadras, ele segue nos inspirando.

Para ver a reportagem, clique aqui ou na foto acima.

Mila veste Caché / Mila is wearing Caché (www.cache.com)

Quando Nola supera NY

A série do momento é Newsroom, da HBO. A redação fictícia fica em Nova York. Lá, todo mundo fala rápido e toma porre. É bem divertido. Principalmente para jornalistas que sabem que a realidade não é bem assim. Eu, que nunca consegui acompanhar nenhum seriado, aguentei os três primeiros feliz. Mas esperar ansiosamente pela semana seguinte, amar uma série com a mesma intensidade que amo Avenida Brasil, só aconteceu uma vez. Tremé. A série, também da HBO, causa alvoroço aqui em casa. A gente canta junto a música de abertura, se emociona com as histórias de quem viveu o terrível Katrina e sobreviveu a ele.

Em 2010, passei mais de 20 dias em Nova Orleans. É a Salvador dos americanos. Mistura de raças, culinárias, cores, sons. Visitei o 9th Ward, a área mais devastada pelo furacão, cinco anos depois. Parecia que o Katrina havia passado na semana anterior, tamanha a destruição. Fui à Frenchmen Street várias noites, ouvir jazz do bom. Conheci gente de todo tipo, algo comum por lá. São pessoas cheias de sorrisos e causos. Uma delícia.

Tremé tem tudo isso. Música boa, pesonagens detestáveis e encantadores e as paisagens lindas da cidade mais brasileira dos Estados Unidos. Super recomendo.