Leia o meu texto publicado hoje, no blog do Ela Digital, do jornal O Globo:
Era difícil dizer se quem lotava o auditório do 92nd Street Y ontem, no Upper East Side, ia a uma palestra ou um culto. Gargalhadas, choro e declarações como “Sua música salvou minha vida” deram o tom ao evento de divulgação do novo álbum de Alanis Morissette, “Havoc and Bright Lights”.
“O disco mistura todas as influências que já tive. Bob Dylan, Etta James, Aretha Franklin, hip hop e dance music”, disse a canadense durante a palestra. O primeiro single, “Guardian”, é uma homenagem ao filho, Ever. “Acho muito perigosa a ideia de que é preciso sofrer para compor. É necessário sentir paixão, isso sim. Seja ela em forma de carinho ou raiva.”
O oitavo álbum trouxe, ainda, uma relação mais serena com o público. “No começo, tinha dificuldade de receber a energia. Me entregava, mas, se a plateia vibrasse, tinha vontade de me esconder atrás da bateria. Tatuei um tigre no braço pensando em me proteger. Hoje isso é bem mais tranquilo para mim. Estar no palco é um privilégio. Posso expor todos os meus sentimentos, gritar, me sacudir, sem que ninguém ache estranho.”
A depressão que afastou Alanis das turnês ficou mesmo para trás. Relaxada e sorridente, a cantora declarou ter enfrentado inúmeros “momentos suicidas” e admitiu ter pedido ajuda muito tarde. Entre os maiores sofrimentos, ela apontou a produção do disco “Jagged Little Pill” e a mudança do Canadá para Los Angeles, na mesma época. “Nova York tem uma coisa que ajuda muito a vencer isso. É um senso de comunidade que faz parte do dia a dia.”
Vegetariana e engajada em causas ambientais, Alanis agora se dedica a outra batalha. “O maior ativismo que conheço é ser uma boa mãe. Acho que é o máximo que se pode fazer para construir um futuro melhor”. O nascimento de Ever, em dezembro de 2010, revelou à cantora novas prioridades. “Muita coisa mudou. Meu trabalho me acompanha. Mas o casamento – monogâmico e cheio de comprometimento – e meu filho estão em primeiro lugar. Ah, e depois da maternidade também descobri o café. Uma maravilha”, brincou Alanis.
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